sábado, 8 de maio de 2021

Uma Peça para Salvar o Mundo – Satyros Digital – Transmitido em 08/05/2021

Em tempos pandêmicos e sombrios, estamos diante de telas, assistindo peças, sendo peças. Tempo de seres humanos robotizados e máquinas humanizadas, aqui estamos, tentando salvar o mundo através da Arte. Uma proposta ousada e desafiadora. É possível?

Concebido originalmente para o teatro tradicional, presencial, o espetáculo se reinventou para as telas, ampliando a interatividade, pela facilidade das plataformas virtuais e a possibilidade de alcance nacional, um grande ponto de encontro de Brasis, diverso, global.

Uma peça sem atores, feita pelo público e para o público, movida pela plateia, conduzida por um mestre de cerimônia bastante curioso, que faz milhões de combinações e operações por segundo para entender como nos ajudar, mas que se pudesse seria humano para experimentar nossas sensações nesta noite de conexão tão mágica e ter o privilégio de acessar momentos e emoções vividos.

Em meio a esperança e desesperança, amor e ódio, avanços e retrocessos, afeto e solidão, coragem e medo, alegria e dor, a máquina nos une e nos ouve, preparando o caminho para essa viagem empática e coletiva, mesmo que algumas vezes ela tenha bastante dificuldade, como por exemplo, quando precisa processar nossos conflitos ou decifrar os códigos de poesia. Nem as máquinas são perfeitas.

O espetáculo é uma grata surpresa, participamos de uma noite amorosa, acolhedora, com desconhecidos especiais, o que mostra a necessidade de se relacionar, mesmo que a distância, bem como a necessidade de algumas vezes se jogar no abismo, como a companhia Satyros e o ator Thiago Mendonça fizeram, mergulhando neste experimento que transcende o virtual.

Sim, é possível, mesmo que não seja.


Ficha Técnica: clique aqui

Ingressos gratuitos ou colaborativos: Sympla

Em cartaz até o dia 17/05/2021

Fotos: divulgação

Sobre o grupo: Satyros

Instagram: ossatyros



A Lupa


Muita coisa se amplia no meio pandemia

A dor

O luto

A luta

A desilusão

A desigualdade

A falta de oportunidade

O preconceito

Tudo já estava aqui, mas algo invisível serviu como uma lupa

Tudo já estava aqui e continua sendo invisível para os que não querem enxergar 


Rodrigo Ferret - 03/07/2020


sexta-feira, 7 de maio de 2021

Hannah Arendt, Uma Aula Magna – Eduardo Wotzik (Rio de Janeiro) – Transmitido em 01/05/2021

 

       Um monólogo, uma pensadora genial, uma das mais influentes escritoras de Teoria Política do século XX, Hannah Arendt (saiba mais).

Foi a segunda vez que estive diante dela, a primeira no ensaio aberto, em novembro de 2019, no Teatro Brasília Shopping.  Foi um ensaio muito interessante, que deu mostras da potência que seria o espetáculo do premiado ator, diretor e dramaturgo Eduardo Wotzik (saiba mais). 

A obra estava prestes a estrear em 2020, mas no meio do caminho tinha uma pandemia e a Arte precisava se reinventar. E aqui estamos, em 2021, vendo nossa musa na tela de um computador, com a esperança de poder revê-la novamente em breve em um palco.

Com seu humor peculiar, Hannah chama atenção deste mundo cínico contando algumas histórias que a primeira vista parecem simples, mas são profundas, sobre este mesmo mundo de pessoas de pequenas éticas e etiquetas, onde homens simples e comuns são capazes de cometer as maiores barbáries.

Como é bom poder ouvi-la, nos fazendo refletir e pensar, principalmente educando, em uma aula, em meio a algumas quebras da parede virtual, a exercitarmos o tão importante pensamento crítico, o que nos distingue dos demais animais.

Em sua luta eterna contra a banalidade do mal, surge a esperança em cada nascimento. Um novo ciclo. E aqui estamos, renovando o mundo, evoluindo na diversidade e na adversidade, nos adaptando a este mundo, como a Arte também vai se adaptando.

E assim como ela chega, ela se vai, mas permanecendo dentro de nós, seres humanos, seres políticos, semeando o pensar, o pertencimento, a educação e a cidadania, que saímos da aula maiores do que entramos.

    
   Do ensaio aberto ao virtual, "Hannah Arendt, uma Aula Magna" foi mais uma vez uma experiência enriquecedora, é sempre muito bom ver este grande artista em cena. 

Ficha técnica: clique aqui

Fotos: Divulgação 

Instagram: @wotzik


Vivemos tempos sombrios, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores perderam a esperança.” (Hannah Arendt)



Viva a Arte!

Viva a Diversidade!

Viva o Estado Laico!


Agora


Agora somos todos quase iguais

Reduzidos a olhos sem rosto

Sorrindo ou chorando apenas com o olhar

Que mais que antes precisam se fitar


Agora o vento não bate mais em todo rosto

Há saudades do que parecia não ter valor

O simples virou luxo

E o luxo ficou obsoleto


Agora não há novo normal

Há uma realidade

E um novo mundo implora para nascer

Daquele que está morrendo


Rodrigo Ferret  - 29/07/2020