sábado, 29 de janeiro de 2022

Um Lugar de Amor – Grupo Pele – Teatro dos Ventos – Águas Claras/DF

 


    A história de um encontro que acontece de tempos em tempos ou talvez só aconteça uma vez, um eclipse, que se faz e se desfaz, no meio do tempo espaço, vão livre, vão livres, cada um sabendo o que vai deixar ou vai ficar, um momento para viver, apreciar e degustar, efêmero, como tudo é, tudo vai.

    Um Lugar de Amor é um espetáculo original de dança com elementos de acrobacia, delicado, poético e belo que conta a história do encontro da Lua (Catherine Zilá) com o Sol (Carlos Guerreiro), que nunca mais serão os mesmos, mesmo sabendo que assim seria, tirando o equilíbrio, trazendo inquietude, caos, mas também o amor ou paixão, que transcende, aquele que toca e muda, ilumina, mas escurece, pode acalmar, mas pode, como o instinto espera, ser bem mais. 


    A obra tem como base o texto original de Catherine Zilá, ilustrado com desenhos autorais de Carlos Guerreiro e as coreografias de cada cena são realizadas com músicas brasileiras, que combinam com toda a história, prendendo a atenção do público do início ao fim da apresentação. As coreografias de dança contemporânea e acrobacias circenses são muito bem executadas, com bastante leveza e precisão, no solo, em escada e em tecido acrobático, são dois poetas, a Lua e o Sol. 


    Como é importante ver trabalhos autorais bem cuidados e feitos com essência, carinho, vontade e dedicação. A Arte como deve ser: alimento do banquete antropofágico que nunca deve faltar na mesa de qualquer cidadão, a Arte como forma de ganhar a vida e como forma de viver.

 

 Fundado em 2019, o Grupo Pele é formado pelos bailarinos, acrobatas e professores Catherine Zilá e Carlos Guerreiro com enfoque principal na Dança Contemporânea e Acrobacias de Solo e Áreas.

    O Teatro dos Ventos é um espaço cultural localizado no coração de Águas Claras/DF, que é um centro de formação artística com cursos livres, formação de atores, com um teatro de 60 lugares e grupo teatral (saiba mais).

    A pandemia não acabou, mas a Arte, apesar de todas as perseguições que vem sofrendo, segue viva e pulsante, graças aos Artistas e Profissionais da Cultura, que são gigantes, e ao público, que mais do que nunca precisa lutar e exigir que o Teatro continue a existir e resistir. 
   

    O Teatro dos Ventos fica localizado na Rua 19 Norte, Loja 5 do Duo Mall, em Águas Claras. 

    Ingressos: (61) 983606098

   @peledancacirco

    @grupoteatrodosventos     

    Agradecimento: Ferdi (@ferdi.insta)

sábado, 22 de janeiro de 2022

À Margem – Teatro dos Ventos – Águas Claras/DF Em cartaz 06 e 13 de fevereiro/2022

 


Quem está à margem? Apenas quem observamos ou quem também observa? 


Montagem do Grupo Teatro dos Ventos, dirigida por Ferdi, a peça é um canto dos que não tem voz, uma reflexiva poesia concreta, sobre a dura realidade da vida, que sem perder o bom humor, algumas vezes necessariamente ácido, joga luz sobre a invisibilidade cotidiana, que a maioria não enxerga ou já optou por não mais enxergar.


Tem gente com fome, tem gente com fome, tem gente com fome!!!

O espetáculo tem cenas inspiradas em A Ópera do Vintém (Brecht), A Ópera do Malandro (Chico Buarque), em poemas de Solano Trindade (saiba mais), Drummond e Ferreira Gullar, além de construções orgânicas criadas por Ferdi, intercaladas por elementos do tratro musical, que se interligam e conversam entre si em um grande moisaico, mostrando em vários níveis, prismas e dimensões a exploração da desigualdade, da miséria, da urgência e da necessidade das pessoas, que se transforma em privilégio e lucro para aqueles que conseguem se beneficiar utilizando os equipamentos humanos, objetos.  

Não há vagas!!!

O sentimento dos explorados e a impotência explodem na plateia, que observa como o sistema e a lei reforçam o circulo vicioso e o status quo, o lamento justo de uns é brisa para outros, por gerações e gerações, e mesmo que só quem passa sabe de verdade o que é fome, sede, dor, inferioridade, vulnerabilidade, talvez nínguem esteja livre de estar à margem.


E agora José? 

Além do destaque para o figurino muito bem cuidado e a cenografia funcional, chama atenção a presença de palco do ator, diretor e dramaturgo Ferdi, um talento do Teatro de Brasília que nos brinda com sua atuação e texto em uma noite que fez pensar, refletir, se divertir, por que por mais dura que seja a realidade, o ser humano não pode deixar de resistir sonhar e ir ao teatro é um ato de resistência e um momento de exercitar o sonho, ainda mais neste momento que a Cultura atravessa no nosso país. 


O Teatro dos Ventos é um espaço cultural localizado no coração de Águas Claras, contendo um Centro de Formação Artística com cursos livres, formação de atores, teatro de 60 lugares e Grupo Teatral. O Grupo Teatral, fundando em 2011, recebeu em 2020 o prêmio de Melhor Coletivo Cultural do DF e já produziu 11 espetáculos profissionais e se apresentou em cinco regiões brasileiras (saiba mais).

Viva o Teatro!!!

A pandemia não acabou, mas a Arte, apesar de todas as perseguições que vem sofrendo, segue viva e pulsante, graças aos Artistas e Profissionais da Cultura, que são gigantes, e ao público, que mais do que nunca precisa lutar e exigir que o Teatro continue a existir e resistir. 


O Teatro dos Ventos fica localizado na Rua 19 Norte, Loja 5 do Duo Mall, em Águas Claras. 

Ingressos: (61) 983606098

@grupoteatrodosventos

Agradecimento:

Ferdi (@ferdi.insta).


Meu Deus!

 

Se sua fé fosse uma utopia?

Se no lugar de templos suas esquinas tivessem teatros?

Se seu deus personificado fosse uma personagem?

Se seus dogmas fossem poesias?

 

Se sua prece fosse diálogo?

Se seus bancos fossem plateia?

Se seus profetas fossem dramaturgos?

Se seus pecados fossem parte do jogo cênico?

 

Se seus evangelhos fossem peças que nos mostram o caminho?

Se sua luz fosse holofotes?

Se seus sacerdotes fossem atores e atrizes?

Se a vida eterna terminasse sempre em aplausos?

 

Sejam bem-vindos ao nosso Reino

 

Rodrigo Ferret – 03/08/2020


sábado, 8 de janeiro de 2022

A Volta ao Mundo em 80 Dias – Solas de Vento (SP) – CCBB/DF

       


 Primeira parte da trilogia do “Viagens Extraordinárias”, do Grupo Solas de Vento, A Volta ao Mundo em 80 dias” é um espetáculo infanto juvenil, para todas as idades, com direção de Carla Candiotto, estrelado por Bruno Rudolf e Ricardo Rodrigues, baseado no clássico livro de Julio Verne, publicado em 1873 (https://www.ebiografia.com/julio_verne/).


A viagem que se inicia na Inglaterra, passa pela Itália, Egito, Índia, China, Japão e Estados Unidos, mostrando as aventuras e desventuras do Lorde Fogg (Ricardo Rodrigues) e seu dedicado assistente francês Passepartout (Bruno Rudolf) para completarem o trajeto no prazo calculado, 80 dias.


Os premiados artistas se desdobram entre as personagens principais e personagens periféricos, como o impagável vilão Mr. Fix, inventor de todas as formas de fazer as pessoas ficarem em casa, como o controle remoto e os streamings, o carismático carimbador de passaporte, além de personagens periféricos, em trocas tão rápidas quanto perfeitas, mantendo o ritmo das cenas, marcadas pelos elementos circenses, de dança e do teatro gestual, embora os diálogos sejam bastante consistentes e impulsionadores da história, que consegue manter o público atento e participativo na quase totalidade do tempo da peça.


O ponto alto do espetáculo é a criatividade e a forma como conduz o imaginário da plateia, que consegue ver trem, barco, elefante, riquixá e até mesmo montanhas com neve em uma cama com rodas, aros de bicicletas, bengala e sucatas, sugerindo como se pode sonhar e viajar, dar uma volta ao Mundo apenas com a imaginação, exatamente o que acontece em cena, criando espaços e lugares em um palco, como andar em cima de um elefante em pela Índia, andar de riquixá em Hong Kong ou até mesmo estar em alto-mar. 



Relevante também, a presença de câmeras ao vivo para projeção de imagens nas cenas, onde um simples disco em rotação vira um mar ou uma tempestade, servindo ainda para mostrar o roteiro desta incrível viagem, bem como captar os viajantes em seus transportes, em cenas dinâmicas que simulam a movimentação de forma bem real e inusitada. Chama atenção, também, o cuidadoso e delicado figurino.



Nunca se fez nada grande sem uma esperança exagerada”. Júlio Verne.


Até a próxima parada, Viagem ao Centro da Terra!!!

A pandemia não acabou, mas a Arte segue viva, pulsante, apesar de todas as perseguições que vem sofrendo, graças aos Artistas e profissionais da Cultura, que são gigantes, e ao público, que mais do que nunca, precisa lutar e exigir que o Teatro continue a existir.

Viva o Teatro!!!

Ficha técnica e programação: clique aqui

Solas de Vento: conheça aqui

Agradecimento: Rodrigo Machado (Território Comunicação)