Foi a segunda vez que estive diante dela, a primeira no ensaio aberto, em novembro de 2019, no Teatro Brasília Shopping. Foi um ensaio muito interessante, que deu mostras da potência que seria o espetáculo do premiado ator, diretor e dramaturgo Eduardo Wotzik (saiba mais).
A obra estava prestes a estrear em 2020, mas no meio do caminho tinha uma pandemia e a Arte precisava se reinventar. E aqui estamos, em 2021, vendo nossa musa na tela de um computador, com a esperança de poder revê-la novamente em breve em um palco.
Com seu humor peculiar, Hannah chama atenção deste mundo cínico contando algumas histórias que a primeira vista parecem simples, mas são profundas, sobre este mesmo mundo de pessoas de pequenas éticas e etiquetas, onde homens simples e comuns são capazes de cometer as maiores barbáries.
Como é bom poder ouvi-la, nos fazendo refletir e pensar, principalmente educando, em uma aula, em meio a algumas quebras da parede virtual, a exercitarmos o tão importante pensamento crítico, o que nos distingue dos demais animais.
Em sua luta eterna contra a banalidade do mal, surge a esperança em cada nascimento. Um novo ciclo. E aqui estamos, renovando o mundo, evoluindo na diversidade e na adversidade, nos adaptando a este mundo, como a Arte também vai se adaptando.
E assim como ela chega, ela se vai, mas permanecendo dentro de nós, seres humanos, seres políticos, semeando o pensar, o pertencimento, a educação e a cidadania, que saímos da aula maiores do que entramos.
Ficha técnica: clique aqui
Fotos: Divulgação
Instagram: @wotzik
“Vivemos tempos sombrios, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores perderam a esperança.” (Hannah Arendt)
Viva a Arte!
Viva a Diversidade!
Viva o Estado Laico!
Agora somos todos quase iguais
Reduzidos a olhos sem rosto
Sorrindo ou chorando apenas com o olhar
Que mais que antes precisam se fitar
Agora o vento não bate mais em todo rosto
Há saudades do que parecia não ter valor
O simples virou luxo
E o luxo ficou obsoleto
Agora não há novo normal
Há uma realidade
E um novo mundo implora para nascer
Daquele que está morrendo
Rodrigo Ferret - 29/07/2020
Rodrigo, suas reflexões são muito boas.
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