Um assassinato de uma mãe. Um filho réu. Um júri. Dez pessoas. Uma Sentença. Uma orientação: em caso o réu só deve ser considerado culpado caso não haja qualquer dúvida, mesmo que razoável.
Inspirada em casos reais do nosso cotidiano, da banalidade diária do mal que vivemos, o espetáculo adentra no mundo das verdades absolutas, dos preconceitos, do egoísmo exacerbado, da culpa presumida, da indiferença, da falta de empatia e questiona o quanto nos importamos com a vida do outro.
A peça possui uma trama em tempo real muito bem construída que prende o público do início ao fim, foge do óbvio e consegue surpreender, deixando em xeque o que é certo e errado e nos fazendo caminhar sobre a linha tênue que separa um inocente de um culpado ou um culpado de um inocente. Destaque também para a rica variação entre humor, drama e reflexão, que se intercalam. O elenco, formado por alunos e ex-alunos do diretor, possui profissionais experientes e outros ainda em formação.
O cenário é clean e funciona bem, com algumas ressalvas a questão do tempo que os atores, pela peculiaridade da história, ficam sentados em cena; questão que foi amenizada nas cenas de argumentação. O figurino é impecável e realista. A iluminação por ser em tempo real acaba sendo pouco exigida e quando é funciona bem como no final do espetáculo. A sonoplastia também possui músicas bem escolhidas.
Importante registrar a obra do autor e diretor da peça Fernando Guimarães, que junto com seu irmão Adriano Guimarães, faz parte ativamente da história e do presente da cena teatral em Brasília (saiba mais). Obrigado, Fernando, pela simpatia e disponibilidade observada no contato com a imprensa e com a crítica.
Viva o nosso Teatro!!!
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