O lúdico, o sonho, o medo, os sustos; o universo sobrenatural em cena. No palco as angústias das crianças dos nossos dias, com seus hábitos noturnos que imitam adultos, quase ninguém consegue dormir bem, com a quantidade de distrações, telas e luzes; e essa privação é o que conduz as histórias belas e sombrias, carregadas de poesia e fantasia, inspirada na literatura fantástica e também na cinematografia de Tim Burton.
A opereta infantojuvenil é executada ao vivo ao som de um belíssimo e onipresente piano e com vozes dos atores que além de representar, manipulam bonecos, tocam instrumentos, incluindo uma guitarra, no melhor ao estilo Metallica, contando os sonhos de cinco crianças: Tico e seus pés, Cora e seus cabelos arrepiados, Flora e Dora unidas pelo ombro, Clara e seus cabelos louros e Ciro e os ladrões de sonhos.
As atuações são consistentes e chamam o público ao mundo da noite já no início, com um desfile um tanto quanto fúnebre que prenuncia que algo assustador viria. O cenário é lúdico com um palco giratório com espirais, hipnótico. O figurino é belo e bem cuidado, trazendo delicadeza à peça, com tons antigos e clássico. A iluminação completa o mundo, ambientando a plateia aos sonhos.
Interessante podermos assistir um grupo forte vindo do Norte, de Manaus – Amazônia, a Cia Buia de Teatro, que tem a oportunidade de circular pelo país mostrando sua arte em simbiose com o texto de Karen Acioly, uma das maiores dramaturgas infantojuvenis do país, em uma peça premiada e que traz discussões importantes sobre amizade, pais, desejos, autoimagem, consumismo exacerbado e meio ambiente.
Bons sonhos!
Instagram da Cia Buia Teatro: clique aqui
Agradecimento: Rodrigo Machado (Território Comunicação)
Fotos: Divulgação
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