quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Movimento Internacional de Dança 2021 (6ª edição) – CCBB/DF – De 07/set a 12/out/2021

 


Finalmente, após adiamentos devidos à pandemia, está sendo produzido na nossa Capital, o esperado Festival Internacional de Dança, o Movimento Internacional de Dança (MID), em sua 6ª Edição, com programação presencial e online, com apresentações, aulões de dança, oficinas e espetáculos nacionais e internacionais.

A mostra será composta de uma vasta programação, um verdadeiro palco sem fronteiras, com os mais diversos estilos de dança, democratizando o acesso à arte e promovendo integração, lema e ideal do Festival.

O movimento se dará no teatro e nos jardins do CCBB, de acordo com a programação (clique aqui), com apresentação de Camila Guerra e Leo Hernandes.


Na estreia, dia 07/09/2021, tivemos diversas atrações do Distrito Federal que se apresentaram para um público ávido pela dança. 

No Palco Aberto 1 se apresentaram as seguintes atrações:

Para assistir gravado no Youtube em até três dias: clique aqui

Corpus Entre Mundis (SEMUTSOC): uma bela dança cíclica sobre a vida e o ser humano como animal social, mostrando a força da Cultura Negra com sorriso no rosto, felicidade e muita ancestralidade, conectando a todos, tanto nos movimentos como no figurino.

Tudo é Pó (Rafael Quintas): coreografia sem regras, com liberdade para os dançarinos criarem, um experimento sobre a dança que se inspira no acaso da vida. Para conferir novamente ao vivo ou on line em 03/10/2021 no Palco Aberto 4.


Pesquisa continuada de queda e recuperação (Transposto Coreográfico):
inspirado em técnicas de artes marciais e dança de rua, mostra a leveza e a naturalidade das quedas e a forma como elas servem de impulso para resistir e reexistir.


Matrizes (FabGirl/BSBGIRLS): espetáculo que une a capoeira ao breaking, um encontro da ancestralidade com a modernidade, mostrando que as raízes comum de todos nós. Com dança de FabGirl e percussão ao vivo da Orquestra Nzinga.

Cinesia (Flyer Cia de Dança): coreografia física, marcante e sincronizada com velocidade e muito movimento. Para conferir novamente ao vivo ou on line em 19/09/2021 no Palco Aberto 3.

Na pegada popular, trecho do espetáculo Coração do Brasil (Transições Companhia de Dança e Artes): a companhia apresenta um trecho de seu espetáculo popular, mostrando danças populares e a força dos que fizeram Planaltina, uma homenagem à Cultura Nordestina Para conferir a apresentação completa nos dias 07 e 08/10/2021 no Teatro do CCBB ou em plataforma virtual.


O encerramento do primeiro dia se deu com um aulão de Dança de Charme com Petrônio Paixão (conheça).


Neste final de semana, 11 e 12/10/2021, se apresenta no Teatro CCBB, Edson Bezerra, com O Homem na Pracha
, que contará com a nossa crítica, além de outras apresentações que ocorrerão no Palco Aberto 2, que serão brevemente comentadas por aqui e um aulão de Jazz Funk com Diego Lemos. 



Sobre o espetáculo "O Homem na Prancha", de Edson Beserra: clique aqui

Instagram do movimento: @movimentoid

Ficha técnica do festival e programação completa: clique aqui

Canal de transmissão: clique aqui

Fotos: divulgação

Agradecimento: Max Lage

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Coração de Campanha (Clarice Niskier) - CCBB/DF - Em cartaz até 05/09/2021

Clarice Niskier apresenta sua mais nova obra, Coração de Campanha, comemorando 40 anos de carreira, criação gestada e produzida em tempos pandêmicos, uma bela homenagem ao Teatro, a Vida e ao Amor, que não importa o que acontecer irão sempre sobreviver e renascer.



Assunto delicado, a peça retrata um casal, com décadas de relacionamento, que, nas vésperas de uma separação de certa forma há muito ensaiada e tentada, busca terminar o casamento.

Ela com roupa de ficar, ele com roupa de ir, em fundo monocromático, com um cenário com duas cadeiras que se transformam, com a iluminação tratando divisões no palco. Até o talvez “cada um no seu quadrado”. Tudo serve como simbologia, de uma forma sútil e muito inteligente.


O espetáculo tem diálogos ágeis, mas também profundos, tocando em cada espectador, 
já que é impossível alguém não ter vivido o isolamento da pandemia, o tédio da quarentena e o natural desgaste nos relacionamentos. Tédio que não passou visitou a plateia em nenhum momento sequer. Destaque para a trilha sonora original, que imprime sua marca.


A química do casal impressiona, Clarice Niskier e Isio Ghelman, com direção dela e supervisão do mestre Amir Haddad, podendo ser extraído o melhor dois atores, que em uma atuação monumental rapidamente tomam a atenção do público, que se vê imerso naquele lugar tão familiar. Um casal tão antagônico que, embora em processo de separação, consegue trazer cooperação, diálogo, afeto, amizade, carinho, verdade.


Que peça linda e necessária para o momento de caos que atravessamos, como sociedade e como país, um contraponto ao ódio e à violência, ao bélico. Uma noite leve e profunda, um sonho e um sopro, um afago na alma e no coração de campanha aberto em cada um da plateia, que aplaudiu de pé por um longo tempo.

A pandemia não acabou, mas a Arte segue viva e pulsante, sempre em expansão!!! E como é bom ver o Teatro vivo, com toda sua força, longe das telas!!! Que a volta gradativa seja constante, por que, “todas as histórias de Amor vão sobreviver se o Teatro sobreviver”.

Ficha técnica: clique aqui

Fotos: Dalton Valério e divulgação

Instagram da peçaclique aqui

Agradecimento: Rodrigo Machado (Território Comunicação)

Em homenagem ao que vivi nesta noite maravilhosa, apresento um poema de minha autoria sobre essa Arte tão bela: clique aqui

Outro texto sobre a obra de Clarice Niskier publicado no blog, sobre a Peça "A Alma Imoral" (clique aqui).

sábado, 14 de agosto de 2021

O Pescador e a Estrela (Palavra Z Produções Culturais / Rio de Janeiro) – CCBB - DF

O Pescador e a Estrela é um musical infantojuvenil, com trilha sonora original e temática de inclusão, na qual Fabiandro (Lucas Drummond), um menino deficiente visual é guiado por um mensageiro pelicano em uma difícil jornada ao encontro do que mais ama, uma estrela, em um local muito distante.

O espetáculo, que tem origem em uma canção de Thiago Marinho, é de uma delicadeza ímpar, que atrai e emociona a plateia, com a sensibilidade necessária para nos encontrarmos com a nossa infância e com algo importante que não conseguimos mais enxergar, nos incentivando a desafiar nossas limitações e seguir em frente por nossos objetivos.


Somos recebidos pelo mensageiro, Felipe Rodrigues, ator e músico deficiente visual, que com seu carisma e talento nos ensina a parar, respirar fundo e pensar, perceber que do presente ninguém cai e que o mundo não é uma reta, nos mostrando, assim, que há diversos caminhos, mesmo que uma tempestade esteja vindo em nossa direção.


Felipe, que foi escolhido em um teste dentre 30 profissionais, é um artista gigante, com brilho próprio, que mesmo sem o sentido da visão, exerce com maestria a tarefa de guiar o protagonista na peça, em um belo trabalho, compensando essa ausência com a ampliação dos outros sentidos, também tocando teclado e cantando ao vivo.

   

O trabalho de voz e musical dos atores impressiona, destaque para a dupla Lucas Drummond e Luisa Vianna, que vive a boneca Hortênsia, que toma forma de menina para acompanhar Fabriando nessa odisseia, na qual viajamos juntos também, percorrendo os céus e mares da nossa imaginação. 


O humor da peça fica por conta do casal Prattes (Thiago Marinho e Diego de Abreu), piratas de primeira geração que não roubam, mas apenas se apropriam. Uma dupla impagável de vilões, com sua enciclopédia Prattes, que faz tudo o que pode para atribular a vida do nosso herói.

O texto de Lucas Drummond e Thiago Marinho é ágil e muito bem construído. O cenário lúdico e versátil, lembra um sonho, daqueles que muitas vezes tivemos quando criança, um universo em expansão, se complementando de forma orgânica com o belo figurino e a iluminação equilibrada.

A direção de Karen Acioly (saiba mais) é precisa, observada no andamento crescente da peça. A direção de movimento da peça é de Moira Braga (saiba mais), também uma artista deficiente visual, atriz e bailarina, sendo um dos fios condutores da peça, que tem muito de sua marca. Nos fazendo mais uma vez refletir sobre a necessidade de inclusão e da importância da representatividade para esta parcela da população.  


A peça que estreou pouco antes do início da pandemia e teve as apresentações suspensas, conseguiu se erguer e ser apresentada de forma presencial, sendo a primeira peça que assisto na retomada, depois de um longo inverno, mais um obstáculo pesado nessa guerra cultural desnecessária que estamos vivendo, na qual os artistas são os verdadeiros heróis e a arte será sempre a vencedora, não importando o que os vilões da vida real façam. Como foi belo ver as lágrimas dos artistas e do público, celebrando o retorno aos palcos em grande estilo e em toda a essência da arte, com todos os protocolos e cuidados.

A pandemia não acabou, mas a Arte segue viva e pulsante, sempre em expansão!!! E como é bom ver o Teatro vivo, com toda sua força, longe das telas!!! Como são importantes peças que ajudem a formar plateia, para que as novas gerações consigam crescer sob o manto da diversidade e da representatividade, sem dogmas, livres, solidários e responsáveis e, consequentemente, vacinados contra as artimanhas dos vilões da vida real!!!

 

A lição do Pelicano: clique aqui                     

Instagram do espetáculo: clique aqui      

          Fotos: divulgação 

          Agradecimentos: Rodrigo Machado (Território Cultural) e Ana Celina.

        

          Ficha técnica:

Elenco: Diego de Abreu, Felipe Rodrigues, Lucas Drummond, Luisa Vianna e Thiago Marinho

Direção: Karen Acioly

Direção de Movimento: Moira Braga

Direção de Produção: Bruno Mariozz

Texto e letras: Lucas Drummond e Thiago Marinho

Música e trilha sonora original: Wladimir Pinheiro

Figurino: Kika Lopes

Cenário: Doris Rollemberg

Iluminação: Renato Machado

Programação Visual: Patrícia Clarkson

Realização: Palavra Z Produções Culturais

Idealização: Nossa! Cia de Atores e Palavra Z Produções Culturais



quinta-feira, 8 de julho de 2021

Projeto de Reciclagem e Qualificação dos Formadores de circo no DF



    O Crítica em Cena por Rodrigo Ferret divulga a abertura das inscrições para o Curso gratuito de Reciclagem e Qualificação dos Formadores de Circo no DF. Este curso pretende agir na formação de novos professores e instrutores de circo no Distrito Federal e na reciclagem de profissionais que já se encontram no mercado de trabalho e não possuem instrução formal na área. 


    Haverá um aprofundamento em conteúdos de extrema importância: pedagógicos, recreativos, sociais, artísticos, cinesiológicos, anatômicos, éticos, de segurança do trabalho, do trato com alunos e de mercado do ensino das atividades circenses.


    Ao reciclar professores que já se encontram no mercado de trabalho e qualificar futuros professores de circo do DF evitamos lesões, traumas físicos e psicológicos, oferecemos ambiente seguro, acolhedor, inclusivo, ético e que promova o bem-estar e a cidadania através da arte.


    O curso contará com 78 horas aula práticas e mais 90 horas de conteúdo à distância totalizando 168 horas de aula ao longo de 6 meses.


    Esta formação é promovida pela ASCETUR, OSCIP que atua nas áreas de cultura, esporte, lazer e educação, conjuntamente com o grupo Trupe de Argonautas e convidados, profissionais de circo e educação física de Brasília, Goiânia e Campinas. O curso conta em sua equipe pedagógica com mestrandos, especialistas, graduados, técnicos e bacharéis que atuam na área circense por mais de 10 anos.


    Realização: ASCETUR e Trupe de Argonautas


    Este projeto é realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do DF


    Apoio: Espaço PÉ DiReitO e Santo Rímel


    Inscrições até o dia 17/07/2021 às 18:00, via link na bio do Instagram da Trupe de Argonautas @trupedeargonautas ou link abaixo:

    Inscreva-se aqui


    Serão selecionados 15 alunos ao todo, mediante preenchimento de formulário e carta de intenção.


    O projeto ocorrerá presencialmente no Espaço PÉ DiReito, localizado na Vila Telebrasília, rua 1 lote 23, no período: de 24/07/2021 à 06/11/2021

sábado, 8 de maio de 2021

Uma Peça para Salvar o Mundo – Satyros Digital – Transmitido em 08/05/2021

Em tempos pandêmicos e sombrios, estamos diante de telas, assistindo peças, sendo peças. Tempo de seres humanos robotizados e máquinas humanizadas, aqui estamos, tentando salvar o mundo através da Arte. Uma proposta ousada e desafiadora. É possível?

Concebido originalmente para o teatro tradicional, presencial, o espetáculo se reinventou para as telas, ampliando a interatividade, pela facilidade das plataformas virtuais e a possibilidade de alcance nacional, um grande ponto de encontro de Brasis, diverso, global.

Uma peça sem atores, feita pelo público e para o público, movida pela plateia, conduzida por um mestre de cerimônia bastante curioso, que faz milhões de combinações e operações por segundo para entender como nos ajudar, mas que se pudesse seria humano para experimentar nossas sensações nesta noite de conexão tão mágica e ter o privilégio de acessar momentos e emoções vividos.

Em meio a esperança e desesperança, amor e ódio, avanços e retrocessos, afeto e solidão, coragem e medo, alegria e dor, a máquina nos une e nos ouve, preparando o caminho para essa viagem empática e coletiva, mesmo que algumas vezes ela tenha bastante dificuldade, como por exemplo, quando precisa processar nossos conflitos ou decifrar os códigos de poesia. Nem as máquinas são perfeitas.

O espetáculo é uma grata surpresa, participamos de uma noite amorosa, acolhedora, com desconhecidos especiais, o que mostra a necessidade de se relacionar, mesmo que a distância, bem como a necessidade de algumas vezes se jogar no abismo, como a companhia Satyros e o ator Thiago Mendonça fizeram, mergulhando neste experimento que transcende o virtual.

Sim, é possível, mesmo que não seja.


Ficha Técnica: clique aqui

Ingressos gratuitos ou colaborativos: Sympla

Em cartaz até o dia 17/05/2021

Fotos: divulgação

Sobre o grupo: Satyros

Instagram: ossatyros



A Lupa


Muita coisa se amplia no meio pandemia

A dor

O luto

A luta

A desilusão

A desigualdade

A falta de oportunidade

O preconceito

Tudo já estava aqui, mas algo invisível serviu como uma lupa

Tudo já estava aqui e continua sendo invisível para os que não querem enxergar 


Rodrigo Ferret - 03/07/2020


sexta-feira, 7 de maio de 2021

Hannah Arendt, Uma Aula Magna – Eduardo Wotzik (Rio de Janeiro) – Transmitido em 01/05/2021

 

       Um monólogo, uma pensadora genial, uma das mais influentes escritoras de Teoria Política do século XX, Hannah Arendt (saiba mais).

Foi a segunda vez que estive diante dela, a primeira no ensaio aberto, em novembro de 2019, no Teatro Brasília Shopping.  Foi um ensaio muito interessante, que deu mostras da potência que seria o espetáculo do premiado ator, diretor e dramaturgo Eduardo Wotzik (saiba mais). 

A obra estava prestes a estrear em 2020, mas no meio do caminho tinha uma pandemia e a Arte precisava se reinventar. E aqui estamos, em 2021, vendo nossa musa na tela de um computador, com a esperança de poder revê-la novamente em breve em um palco.

Com seu humor peculiar, Hannah chama atenção deste mundo cínico contando algumas histórias que a primeira vista parecem simples, mas são profundas, sobre este mesmo mundo de pessoas de pequenas éticas e etiquetas, onde homens simples e comuns são capazes de cometer as maiores barbáries.

Como é bom poder ouvi-la, nos fazendo refletir e pensar, principalmente educando, em uma aula, em meio a algumas quebras da parede virtual, a exercitarmos o tão importante pensamento crítico, o que nos distingue dos demais animais.

Em sua luta eterna contra a banalidade do mal, surge a esperança em cada nascimento. Um novo ciclo. E aqui estamos, renovando o mundo, evoluindo na diversidade e na adversidade, nos adaptando a este mundo, como a Arte também vai se adaptando.

E assim como ela chega, ela se vai, mas permanecendo dentro de nós, seres humanos, seres políticos, semeando o pensar, o pertencimento, a educação e a cidadania, que saímos da aula maiores do que entramos.

    
   Do ensaio aberto ao virtual, "Hannah Arendt, uma Aula Magna" foi mais uma vez uma experiência enriquecedora, é sempre muito bom ver este grande artista em cena. 

Ficha técnica: clique aqui

Fotos: Divulgação 

Instagram: @wotzik


Vivemos tempos sombrios, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores perderam a esperança.” (Hannah Arendt)



Viva a Arte!

Viva a Diversidade!

Viva o Estado Laico!


Agora


Agora somos todos quase iguais

Reduzidos a olhos sem rosto

Sorrindo ou chorando apenas com o olhar

Que mais que antes precisam se fitar


Agora o vento não bate mais em todo rosto

Há saudades do que parecia não ter valor

O simples virou luxo

E o luxo ficou obsoleto


Agora não há novo normal

Há uma realidade

E um novo mundo implora para nascer

Daquele que está morrendo


Rodrigo Ferret  - 29/07/2020