O Rio montado em Brasília, um espetáculo que infantil que mostra a nossa história e nos convida a sair do celular para deixar de olhar para uma tela e olhar para nós mesmos. Um paralelo entre a história do Brasil e, mais especificamente, do Rio de Janeiro com a história de um dos gêneros musicais mais genuínos; de um Brasil que resistiu ao Brazil.
O Choro, que nasceu da precariedade a que as classes menos privilegiadas sempre foram destinadas, que com ritmos e instrumentos africanos e europeus aqui e ali, foram sendo incorporados nos terreiros e quintais, da Pequena África carioca, que viu uma avenida passar por cima sem perguntar. Uma história de desenvolvimento de uma cidade que nunca se preocupou com as pessoas, que descartadas eram expulsas do centro e empurradas para cima ou para longe; um Brasil que até hoje resiste ao Brazil.
O espetáculo conta e canta o Choro, de forma sublime; rapidamente o público se sente imerso em Música, Teatro e curiosidades históricas, em uma atmosfera que abarca todos os presentes independente da faixa etária, é uma viagem lúdica e cuidadosa, que dá ao público uma sensação de se conhecer mais e de se conectar ao que somos nessa magia do fazer Teatro; um Brasil que precisa resistir ao Brazil.
Um dos maiores méritos da peça, é mostrar, principalmente às crianças, que é divertido e importante conhecer de onde viemos, o que somos; mostrar que o Teatro é um Templo do pensar e isso começa desde cedo, um espelho imerso de Som e de Tempo. E, assim, caímos no Choro, contemplativos e emocionados, alimentados de Arte; um Brasil que vai resistir ao Brazil.
Para contar e cantar o Choro, Operilda (Andréa Bassitt, atriz e dramaturga) conta com a ajuda dos Chorildos, uma banda de músicos fenomenais: Andréa Bassitt (Operilda), Chico Macedo (sax, flauta e clarineta), Deni Domenico (cavaquinho e bandolim), Helô Ferreira (violão de 7 cordas) e Nelson Essi (percussão). A direção precisa é de Regina Galdino e a direção musical é de Chico Macedo, que parecem cuidar de cada detalhe para a que tudo no palco flua como um Choro.
Ficha técnica: clique aqui
Fotos: divulgação
Agradecimento: Rodrigo Machado (Território Comunicação)
A crítica em si já é um espetáculo! Um banquete para se degustar, vagarosamente, a fim de oferecer ao tempo uma porção mágica de sentidos.
ResponderExcluir" ...mostrar que o Teatro é um Templo do pensar e isso começa desde cedo, um espelho imerso de Som e de Tempo. E, assim, caímos no Choro, contemplativos e emocionados, alimentados de Arte; um Brasil que vai resistir ao Brazil."
Encantada! Parabéns!