quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Lua Tu És Meu Sol - Espaço Multicultural Casa dos Quatro, Brasília – DF

    Uma família, uma casa, com alegrias e dificuldades, sentimentos presos em um passado terrível, vítimas da ditadura militar, perseguidos por fugirem à norma social imposta, Alano (Tullio Guimarães) e Lola (Maria Léo Araruna) um pai e uma filha, um homem gay e uma mulher trans, encastelados, na busca pela sobrevivência e por um brilho e uma luz a mais. Uma peça multicolorida, diversa, com público diverso, mostrando em cena a luta diária por dignidade e saúde mental.

    
    O texto do chileno Yovanne Monetta foi dado em mãos ao ator Tullio Guimarães, para que o montasse; e, com as voltas da vida, foi adaptado, para que chegasse ao público no formato que está apresentado. Como Antígona, Alano busca por décadas enterrar seu morto, mas não tem sucesso na busca do corpo de seu namorado, um desaparecido político, com essa emoção represada, sua filha, uma mulher que já teve seu passado de glória, passa os dias em casa, fechada ao mundo, tentando mudar a energia do local, junto com suas bonecas, que são amigas confidentes, mas também tem pouco sucesso.


    A peça transita entre o humor divertido ao trágico, com delicadeza poética, entre música, literatura e vinhos mostrando a difícil e ao mesmo tempo linda relação entre pai e filha, que sempre que podem se refugiam em reinos como o de Netuno, ou se transmutam em lagartas e borboletas, mergulham e voam. Enquanto Lola espera, Alano vai aos poucos deixando as multicores de seu figurino, o transformando em algo que ficará imortalizado e disponível a todos, na eterna brevidade do Teatro. 

   Tullio Guimarães e Maria Léo Araruna conseguem conduzir o público nessa viagem, mostrando a afetividade entre pai e filha, amigos, uma família. Tullio Guimarães é um ícone do nosso Teatro, um artista que cuja vida se confunde com a própria arte, como bem contou na peça que celebrou 35 anos de carreira: Volver Letícia. Maria Léo Araruna é uma atriz e escritora, que vem trilhando e consolidando seu caminho com trabalhos muito importantes e representativos, como seu solo Transmitologia


    História da montagem: clique aqui



    Ficha técnica: 

    Direção: Ana Flávia Garcia 

    Dramaturgia: Yovanne Monetta com adaptação de Ana Flávia Garcia 

    Elenco: Maria Léo Araruna (Lola) e Tullio Guimarães (Alano)

    Encenação: Ana Flávia Garcia e Nine Ribeiro 

    Cenografia: Nine Ribeiro 

    Som e luz: Josias Silva

    Figurino: Ana Flávia Garcia

    Elaboração, Produção Executiva e Coordenação Geral: Mari Baeta/Maribá Produções

    Coordenação de Produção: Rui Miranda / Casa dos Quatro

    Fotografia: Irina Buss 

    Arte e design: Franq 

    Coordenação de Acessibilidade: Luérgio de Sousa

    Intérprete de Libras: Flávia Novaes

    Tradução do texto: Patrícia Onofre 

    Imprensa e Redes Sociais: Ana Elisa Santana


    Agradecimento: Rui Miranda 

domingo, 1 de setembro de 2024

Dicas Culturais em Brasília, Setembro/2024

 

Lua Tu És Meu Sol

Teatro Ribondi - Espaço Multicultural Casa dos Quatro (708 Norte)

30/08 a 15/09/2024

Crítica




Temporada de Rua (ver link acima)

28/09 a 15/09/2024



 IX Encontro Mostra o Clown!

Complexo Cultural de Samambaia

01 a 08/09/2024



Zanetto - ópera de Mascagni

Teatro Paulo Gracindo - SESC (Gama)

05 a 08/09/2024



Vinicius

Teatro Mapati (707 Norte)

06 e 07/09/2024




Espaço PÉ DiReitO

06 a 07/09/2024



Afeto

Sesc Paulo Autran (Taguatinga)

06 a 08/09/2024



Sesc 504 Sul

06 a 08/09/2024



Prisioneiro 12.207

Sesc Garagem 913 Sul

07 e 08/09/2024

Crítica





Sesc Paulo Autran (Taguatinga)

12/09/2024



Saída de Emergência

Sesc Paulo Autran (Taguatinga)

13/09/2024



Fahrenheit - Cantos e Contos de João de Ferro

Espaço Cultural Venâncio

13 a 15/09/2024


Espetáculo Bala Perdida

 Teatro Brasília Shopping

13 a 15/09/2024




Sesc Garagem 913 Sul

19 a 22/09/2024

Crítica



Sesc 504 Sul

20 a 22/09/2024





Teatro da UNIP

21 a 22/09/2024



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sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Prima Facie – Teatro da UNIP – Brasília/DF


    Estupefado!

    Uma das maiores atuações que já presenciei. Débora Falabella em seu primeiro solo (que não ousem chamar de monólogo) faz história no Teatro! A energia da cena começa altíssima e termina altíssima, sem qualquer espaço para monotonia. Assim, como o grande palco, parece pequeno para tanta atriz. 

    Peço encarecidamente que não chamem este espetáculo de monólogo, por que existem diversas atrizes em cena, mesmo sendo apenas uma personagem narrando toda a trama por 2 horas, horas que transcorrem sem que o público perceba, preso em suas cadeiras, como ávidas testemunhas de um suspense, os rostos perplexos. E, de fato, precisam se segurar; não é um caso para desatentos, faz-se necessário viver cada segundo vivido no palco.


    A Peça, que é um sucesso mundial e se tomou forma de romance recentemente, conta a saga de Tessa, uma jovem advogada de origem humilde que conseguiu seu espaço no mundo jurídico, atuando como defensora criminal em um escritório respeitado; uma profissional que acredita no Sistema e, sobretudo, nas Leis. Uma mulher alegre, de bem com a vida, que vive tudo de verdade e de forma apaixonada. Até que … 


    ... algo muda tudo e Tessa passa a ver tudo que acreditava de outra perspectiva, de outra forma, em outra posição. Nada mais será como antes. Imersa em um mundo de machos, feito por machos, para machos. A estrutura se mostra como é. Todo peso que esmaga e oprime. Ser mulher é nunca estar tranquila e em paz! Uma em cada três! Acho que é mais. Uma em cada três! Olhe para o lado. Olhe para o outro. Uma em cada três! Alguém acreditará nela? Ele estava na sua casa? Em sua versão? Vocês saíram juntos? Há dúvida? Tomou banho? Vítima? Vocês estavam bebendo e se divertindo? Caluniadora? A verdade real ou a verdade do processo? Observar o sistema de cabeça para baixo talvez seja a melhor maneira de começar a luta pela mudança!


    Tecnicamente, o espetáculo é perfeito, o cenário que toma diversas formas, que mostra o desequilíbrio, as relações de poder, tudo está ali, entre cadeiras, mesas e painéis. Os escritórios, a rua, a casa de Tessa, o bar, a boate, o mundo. A iluminação é complexa e muito precisa. O figurino é renovado diversas vezes, durantes as cenas, auxiliando o espectador a vivenciar cada momento. A trilha sonora faz o público sentir as alegrias e dores da heroína, tão forte e tão frágil, tão segura e tão assustada com a realidade que se impõe. 

    Talvez eu tenha dito muito, mas não consiga alcançar o tamanho impacto da atuação e da peça. Um espetáculo para se vivenciar e debater, tanto no ambiente jurídico como em qualquer outro onde haja relações humanas, nas quais deve se buscar equilíbrio e equidade. Reflexões. Talvez ainda há muito a caminhar, mas não podemos parar. 

É AGORA!

    Uma ótima notícia é que a peça retornará a Brasília para novas apresentações em breve, ainda sem data definida. O que é motivo de comemoração, considerando a quantidade de pessoas que ficaram e ficarão com vontade de assistir. É um espetáculo imperdível, urgente e necessário!


    Ficha técnica:

    Ficha Técnica |PRIMA FACIE

    Texto: Suzie Miller

    Direção: Yara de Novaes

    Elenco: Débora Falabella

    Tradução: Alexandre Tenório

    Cenário: André Cortez

    Figurino: Fabio Namatame

    Iluminação: Wagner Antonio

    Produção Executiva: Catarina Milani

    Direção de Produção: Edson Fieschi e Luciano Borges

    Realização: Borges & Fieschi Produções e Antes do Nome

    Produção local (DF): Milca Luna | Maré Cheia


    Instagram da peça: clique aqui

    Instagram do artista: clique aqui

    Fotos: Annelize Tozetto


    Agradecimento: Carla Spegiorin (Âncora Comunicação





domingo, 5 de maio de 2024

Dicas Culturais em Brasília, Maio/2024



CCBB Brasília

26/04 a 12/05/2024







Teatro UNIP

04 e 05/05/2024



Oficina de Teatro com Túllio Guimarães

 Espaço Cultural Renato Russo

07 a 30/05/2024



O Feminino na Poesia de Chico Buarque

 Teatro de Sobradinho

11/05/2024



Teatro Brasília Shopping

11 a 19/05/2024




Teatro dos Bancários

11 a 26/05/2024

Autobiografia Autorizada, com Paulo Betti: 11 e 12/05/2024

Cuscuz na Mão, com Dadá Coelho: 11 e 12/05/2024

Parem de Falar Mal da Rotina, com Elisa Lucinda: 17 a 19/05/2024

Os Saltimbancos, com a Agrupação Teatral Amacaca: 19/05/2024 (Crítica)

Chico Teatro, com Cláudio Lins: 25 a 26/05/2024

Cantos de Encontro, com a Cia Os Buritis: 25 a 26/05/2024

Ingressos



O Olho da Fechadura

 Teatro Paulo Gracindo - SESC Gama

15 a 19/05/2024



A poesia do piano: Anastasiya Evsina interpreta obras-primas de Chopin e Scriabin

 Teatro Poupex

15/05/2024



A Trinca do Tempo

 Teatro Paulo Autran - SESC Taguatinga

24 a 26/05/2024



Doidas e Santas

Teatro Unip

24 a 26/05/2024



A Escritora e o Empalhador de Animais

 Teatro Engrenagem

24 a 25/05/2024



Nany People em Como Salvar um Casamento

Teatro Royal Tulip

25/05/2024




CCBB Brasília

30/05 a 23/06/2024



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DICAS INFANTIS


O Gato de Botas, Neia e Nando

Teatro Brasília Shopping

04 a 12/05/2024



De Ponta Cabeça

Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul)

04 a 12/05/2024





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A Tropa, com Otávio Augusto - Teatro UNIP Brasília

Um homem e sua tropa, nada do que planejou. Um homem prostrado em uma maca, vulnerável como nunca antes. A visita de seus filhos, seu legado e um grande acerto de contas. Pessoas criadas com austeridade e objetivo fixo, mas que em geral viram alvo da própria violência que os gerou. Um retrato das divisões que arrebataram as famílias nos últimos os tempos. Aos poucos, tudo vai ficando mais claro e mais distante.


O espetáculo gira em torno da visita dos filhos a um pai em um leito de hospital, um confronto entre o líder e sua tropa, uma família desmoronada obrigada a conviver, conflitos que espelham a realidade, o autoritarismo e a busca pela liberdade. Mas, cada filho tem personalidade e problemas distintos, a tropa não conseguiu se manter uniforme. Assuntos triviais explodem bombas em séries, armam angústias e segredos, cada vez mais profundos.

A peça flerta entre o humor ácido e o drama, mesclando jovens atores com um dos Mestres do Teatro Brasileiro: Otávio Augusto, que deitado em uma maca hospitalar faz tudo acontecer, dando vida e brilho ao espetáculo, um carisma e um talento que fazem o espectador parar para celebrar cada momento, até o surpreendente desfecho.

O espetáculo está em cartaz há 8 anos, mesmo assim está cada vez mais atual no que se refere aos rachas familiares. Ainda que aos poucos vamos retornando a normalidade, as cicatrizes permanecem. O texto é ágil e consegue prender a atenção, em que pese estar um pouco datado em algumas passagens, algo que pode ser resolvido facilmente com alguns ajustes e atualizações.

       Até um quarto de hospital pode ser um ambiente violento e tóxico se o objetivo maior da sua vida é formar e manter uma Tropa.


Ficha Técnica

Fotos: Divulgação