sexta-feira, 18 de março de 2022

2º GUIRII – Festival Amazônico de Contação de História – 18 a 22/03/2022

      

        Abro espaço para divulgar a segunda edição do GUIRII, Festival Amazônico que acontecerá online com a exibição de contações de histórias para o público infantil.

        O festival é promovido pela Fada Inad Produtora Cultural e tem como principal objetivo a exibição de contação de histórias para o público infantil. O evento que inicia no dia 18 deste mês (sexta-feira) segue até o dia 22 (terça-feira) com apresentações de 25 vídeos de contação de histórias. O Festival será transmitido ao vivo, através do Youtube, no canal da Fada Inad (youtube.com/fadainad) a partir das 20 horas, horário de Brasília.  O segundo GUIRII contará com intérprete de libras.

        A segunda edição do GUIRII abordará temas cuja a intenção é promover a inclusão, a preservação de recursos naturais, consumo sustentável, o respeito à diversidade identitária, o acesso ao pluralismo cultural e o contato com a ludicidade.

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DO EVENTO ACESSANDO O LINK: https://contacaodehistoria.com.br/guiriifestival-programacao/

    O evento contará com mesa-redonda, cujo tema abordado será sobre “O que é Contação de História?”, com Lucia Morais Tucuju, Daniel Munduruku e Ester Sá. Profissionais renomados, com vasto conhecimento na literatura infantil e responsáveis por grandes projetos culturais desenvolvidos pelo país afora. O evento contará com entrevistas, além de palestras e oficinas. A mesa-redonda acontecerá no dia 19 a partir das 17 horas (horário de Brasília). “Participar do Festival é um prazer, alegria e honra. Desde o primeiro ano tive o desejo de participar, mas perdi. E estar nesse ano me faz feliz em estar junto com tantos artistas maravilhosos. Muito bom ser valorizado” declarou Lucia Morais Tucuju, especialista em literatura infantil e juvenil e pesquisadora da Cultura/Literatura Indígena.

Conheça mais sobre o trabalho de Lucia Morais Tucuju:

https://criticaemcenarodrigoferret.blogspot.com/2022/02/tucuma-lucia-morais-tucuju.html

 https://www.livrariamaraca.com.br/produto/tucuma-lucia-morais-tucuju/ 


https://criticaemcenarodrigoferret.blogspot.com/2019/12/arandu-lendas-amazonicas-ccbb-df.html


    Participação no festival:

    No total, 340 artistas se inscreveram. A segunda edição do GUIRII teve a participação de artistas dos 26 estados brasileiros mais o Distrito Federal, sendo 19 artistas inscritos no Estado de Rondônia, um artista no Estado do Acre, 10 artistas no Amazonas, 14 artistas no Pará, dois artistas em Tocantins, dois artistas no Amapá, três artistas no Maranhão, três artistas no Piauí, 23 artistas no Ceará, sete artistas no Rio Grande do Norte, 10 artistas na Paraíba, nove artistas no Pernambuco, dois artistas em Alagoas, um artista de Sergipe, 13 artistas na Bahia, 18 artistas em Minas gerais, um artista no Estado do Espírito Santo, 41 artistas no Rio de Janeiro, 78 artistas em São Paulo, 21 artistas no Paraná, 10 artistas em Santa Catarina, 21 artistas no Grande do Sul, quatro artistas no Mato Grosso do Sul, cinco artistas em Goiás, 11 artistas no Distrito Federal e 11 artistas em mato Grosso.


Participe, faça parte, prestigie nossa cultura, prestigie os povos originários!!!


Histórias para se alimentar 

Como não lembrar,

da indígena contando histórias com seu maracá

Aquele chocalhar que nos mexe por dentro e nos faz entrar nas lendas,

nos livros, no que está a contar

Arandu, Tucumã,

sabedoria e alimento popular

Materializados em peça, livro

Ancestralidade e infinito particular

(Rodrigo Ferret)


sábado, 12 de março de 2022

O Beijo no Asfalto – Coletivo Coletivo (Brasília/DF) – CCBB Brasília – Em cartaz até 27/03/2022 (Presencial)


    Teatro com lotação esgotada, um morto na ribalta, a voz de Nelson Rodrigues ecoando. Década de 60, 2022, e o que está por vir mostra que a essência humana, para o bem e para o mal, relatada na sua dramaturgia, permanece.


    Beijo no Asfalto conta a vida de uma pessoa comum, Arandir, um trabalhador, casado com Selminha há cerca de um ano, que entra em uma inevitável e fulminante espiral, após ter uma atitude nobre, de compaixão e misericórdia: atender o último desejo de um desconhecido moribundo, vítima de um atropelamento. 

    O espetáculo trata das consequências da realidade pós verdade, de como as versões de uma história podem ser nefastas, a hipocrisia da sociedade, as fakenews, que tanto destroem para sempre, ou por muito tempo, reputações, como podem elevar seres medíocres e oportunistas a lugares e posições que jamais mereciam estar.

 “Por que existem tantos olhos no mundo?” Nelson Rodrigues

    A montagem faz algumas atualizações e adaptações que funcionam muito bem, como a utilização de uma delegada para a personagem Cunha, a forma de atuação e figurino do repórter Amado Ribeiro, a troca da irmã mais nova de Selminha por um irmão gêmeo. Com certa intensidade, a peça se desenrola em uma crescente interessante até o final emocionante e surpreendente, com algumas atuações que se destacam, como as interpretações de Selminha, esposa de Arandir, seu irmão e seu pai Aprígio.

   “A dúvida é autora das insônias mais cruéis.” Nelson Rodrigues

    As soluções cênicas são bem construídas. Em que pese a utilização de cadeiras perfiladas para formar o cenário, que geram o risco de perda da dinâmica das cenas, algo que foi bem contornado pelas atuações e pela direção, compensado pelo efeito da tela dividindo o palco, criando um cenário às vezes paralelo e às vezes complementar ao principal, o que teve impacto muito positivo no desenrolar da apresentação. O fundo do cenário também acrescentou bastante, estampando o sensacionalismo que destrói e faz sangrar. O enterro ao fundo e o morto passando na frente do palco também ajudam a trazer o clima do autor.

    Por fim, o que fica da apresentação é uma montagem cuidadosa e bem dirigida por Fernando Guimarães, possibilitando ao público sentir e viver o universo do autor, embora tenha alguns pontos a melhorar, como a segurança de alguns atores nas cenas iniciais, algo que foi se diluindo ao longo da peça e deve se resolver no desenrolar da temporada. 

    Ficha técnica: clique aqui

    Fotos: Divulgação.


    Registro com pesar, neste texto, o falecimento de Isa Schmidt Bravo, 36 anos, promissora atriz do nosso teatro, muito talento, força e luz, dona de um sorriso cativante. Triste demais a sua partida tão precoce.



terça-feira, 1 de março de 2022

Os Sete Pecados Capitais – Grupo Pele – Teatro dos Ventos – Águas Claras/DF

 

Resultado da Turma de Montagem de Dança Contemporânea, com aulas de Carlos Guerreiro e Catherine Zilá, integrantes do Grupo Pele, o espetáculo trata de um assunto tão antigo quando o mundo eurocêntrico.


Em um clima sombrio, com aroma de incenso e figurinos inspirados na arte do Shibari (saiba mais), somos apresentados a História da Culpa, a História do controle das mentes e dos corpos, a História dos Sete Pecados Capitais (saiba mais).


As coreografias foram criadas pelos alunos bailarinos que as desenvolveram de acordo com o pecado que escolheram, as cenas de dança contemporânea acompanhadas por textos interessantes do diretor Carlos Guerreiro foram realizadas com movimentos marcantes e bem executados, dentro dos limites e objetivos de cada aluno, metamorfoseados com vídeos inspirados em artrópodes, insetos e até na saudosa Betty Boop.


Com participação de Catherine Zilá (Gula), os alunos Isabela Tanizaki (Luxúria), Luísa Delanne (Preguiça), Luíza Caldas (Inveja), Maria Clara Farias (Vaidade), Maria Gabriela Gomes (Soberba) e Romário Gonçalves (Avareza) conseguiram mostrar ao público um espetáculo belo com bastante qualidade, em uma montagem de curso bem cuidada. Uma noite interessante, rica em detalhes e entrega dos bailarinos, um momento singular de reflexão de como a culpa pode não ser sua, mas algo imposto ao longo dos séculos a você, que ao longo da vida se preocupou tanto em não pecar que acabou muitas vezes se esquecendo das virtudes.



De joelhos no confessionário, um arrependido admitiu que era culpado de avareza, gula, luxúria, preguiça, inveja, soberba e ira: Jamais me confessei. Eu não queria que vocês, os senhores padres, gozassem mais que eu com meus pecados, e por avareza os guardei para mim.

Gula? Desde a primeira vez que a vi, confesso que o canibalismo não me pareceu tão mau assim.

É luxúria isso de entrar em alguém e perder-se lá dentro e nunca mais sair?

Aquela mulher era a única coisa no mundo que não me dava preguiça.

Eu sentia inveja. Inveja de mim. Confesso.

E confesso que depois cometi a soberba de acreditar que ela era eu.

E quis romper esse espelho, louco de ira, quando não me vi.

Os sete pecados capitais - Eduardo Galeano no livro Bocas do Tempo



Fundado em 2019, o Grupo Pele é formado pelos bailarinos, acrobatas e professores Catherine Zilá e Carlos Guerreiro com enfoque principal na Dança Contemporânea e Acrobacias de Solo e Áreas (instagram).

O Teatro dos Ventos é um espaço cultural localizado no coração de Águas Claras/DF que é um centro de formação artística com cursos livres, formação de atores, com um teatro com 60 lugares e grupo teatral (site)

A pandemia não acabou, mas a Arte, apesar de todas as perseguições que vem sofrendo segue viva, pulsante, graças aos Artistas e profissionais da Cultura, que são gigantes, e ao público, que mais do que nunca, precisa lutar e exigir que a Cultura continue a existir.

Ficha técnica: clique aqui

Agradecimentos: Ferdi e Catherine Zilá.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Tucumã - Lucia Morais Tucuju

        Com muita alegria recebi o livro da contadora de histórias, poetisa e atriz Lucia Morais Tucuju, com ilustrações de Adilson Dias e prefácio de Daniel Munduruku, que destaca a ancestralidade na poesia, que somos partes de um todo e nos convida para pertencer e mergulhar, aproveitando cada detalhe da obra.

Lucia e o Pajé Kuara Papá

 

 Daniel Munduruku
 

        O tucumã é uma pequena fruta amazônica com uma polpa muito nutritiva e de alto valor energético, de suas folhas, os indígenas confeccionam cordas dos arcos, redes para pesca e rede de dormir, aproveita-se de sua madeira, de seu óleo e sua amêndoa (saiba mais). 

 

        Como um fruto a ser saboreado, Tucumã é uma obra dedicada aos povos originários, aos amigos e às crianças. Uma bela oportunidade para se embrenhar na Amazônia, conhecendo um pouco mais desse lugar mágico ou fazer quem já conhece relembrar momentos, cheiros e sensações, também para imaginar as experiências de quem vive ou viveu lá.

 Bia Bedran

        As ilustrações autorais de Adilson Dias são delicadas, bem cuidadas, emoldurando Tucumã. Nas linhas, entrelinhas e desenhos nos encontramos, percebendo que precisamos manter a ancestralidade acesa, viva, e tudo isso passa pela floresta e pelos povos originários que nela habitam. Segredos, espetáculos naturais, pequenas grandes alegrias, tristezas sendo curadas, lendas, lembranças, imagens, correntes de rios, pescarias, comidas, destino e o que mais couber, até a rasga mortalha e a Matinta Perera. 

Alessandra Negrini 

        Um livro que mostra a importância da memória, da vida em harmonia e do respeito à mãe natureza, que passa por um momento delicado e que até Tupã está preocupado, mas os povos originários e os que os apoiam jamais perderão a esperança e a vontade de lutar. Assisti algumas lives e achei linda a abordagem da poetisa Lucia e sua sobrinha Sophia, dando mais uma dimensão do livro, que pode ser lido intimamente, baixinho, para fora ou declamado. 

Sophia e Lucia
 

                    Onde comprar: https://www.livrariamaraca.com.br/produto/tucuma-lucia-morais-tucuju/ 


     

    Por fim, faço uma singela poesia para homenagear a obra e seus artistas que conheci em Arandu, apresentado no CCBB-DF em 2019 (Arandu): 

 

Histórias para se alimentar 

Como não lembrar,  

da indígena contando histórias com seu maracá

Aquele chocalhar que nos mexe por dentro e nos faz entrar nas lendas,

nos livros, no que está a contar

Arandu, Tucumã, 

sabedoria e alimento popular

Materializados em peça, livro

Ancestralidade e infinito particular 

Eu, Lucia e Adilson


        Instagram:

        @luciamoraistucuju

        @adilsondiasartes

                  @danielmundurukuoficial 


       


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

20 Mil Léguas Submarinas – Solas de Vento (SP) – CCBB/DF

    Após “A Volta ao Mundo em 80 dias” (saiba mais) e “Viagem ao Centro da Terra”, chegou a vez da trilogia Viagens Extraordinárias chegar ao seu destino final, nos convidando a explorar o fundo do mar, com o espetáculo “20 Mil Léguas Submarinas”, baseado no clássico livro de Julio Verne, publicado em 1870 (saiba mais).

    A sensação é de estar por alguns minutos embarcando na viagem com os três mergulhadores no misterioso veículo submarino, em meio a um clima de mistério e segredos em meio a vilões estranhos e perigos, em meio a um ambiente do teatro fantástico, em uma atmosfera bem peculiar.


    Os elementos de circo predominam na montagem, que ganha também linguagem da dança e do teatro gestual, neste espetáculo que conta com a direção de Álvaro Assad, fundador do Grupo ETC E TAL (saiba mais), um dos grandes mestres dessa arte.  A caracterização das personagens está bem interessante, com destaque para o figurino e os adereços de cena, compondo com a cenografia todo ambiente necessário de imersão. A cenografia também colabora com proposta, com o uso inclusive de um periscópio sensacional. 

    A peça é bastante imersiva e visual, criativa e ousada em alguns momentos. A participação do público como passageiro nessa aventura foi intensa e interessante, os atores se desdobraram para contar a história, um bom espetáculo para todas as idades. A única ressalva é em relação a dificuldade de entender o contexto mais minucioso da história, caso não tenha contato prévio com o livro ou para crianças, que se acresce a questão da opção exclusiva pela ausência de falas, mesmo nada que impeça o público de curtir cada momento deste mágico mergulho e perceba bem o contexto geral.

“Sim, amo-o! O mar é tudo! Cobre sete décimos do globo terrestre. Seu bafejo é puro e saudável. É o imenso deserto onde o homem nunca está só, pois sente a vida efervescer a seu lado. O mar não apenas é o veículo de uma sobrenatural e prodigiosa existência, não apenas é movimento, é amor, é o infinito vivo, como disse um de seus poetas.” Júlio Verne.



    Viva o Teatro!!!


    Solas de Vento: http://solasdevento.com.br/companhia/

    Agradecimentos: 

    Rodrigo Machado (@territoriocomunicacao)  

    Suene Karim (@suenekarimproducoes)




    

   

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Liberdade, Liberdade (Leitura Dramática) – Osdramátikos (Brasília/DF) – Sesc Garagem/DF

 

Após “Uma Criatura Dócil”, Osdramátikos retomam as apresentações presenciais das leituras dramáticas, em temporada regular no Sesc Garagem, que serão realizadas às terças-feiras, de acordo com a programação do espaço, com o tradicional vinho tinto, que harmoniza muito bem com espetáculo, mas suspenso temporariamente devido à variante ômicron.

Para que o cidadão do país seja mais livre, é preciso que as riquezas produzidas no país fiquem no país!!!


Sempre que mais de meia dúzia de pessoas se reúnem, a liberdade individual cede aos interesses coletivos!!!


O texto escolhido para essa volta tão importante para a cena teatral local, foi Liberdade, Liberdade, de 1965, do lendário Grupo Opinião, escrito por Millor Fernandes e Flávio Rangel,  que se basearam na leitura de 75 livros e apresentado à época por Paulo Autran, Nara Leão, Oduvaldo Vianna Filho e participação especial Tereza Rachel.

Quando Bernard Shaw esteve nos Estados Unidos foi convidado a visitar a liberdade, mas recusou-se afirmando que seu gosto pela ironia não ia tão longe. 



Se
o governo continuar permitindo que certos parlamentares falem em eleições; se o
governo continuar deixando que certos jornais façam restrições à sua política
financeira; se continuar deixando que alguns políticos mantenham suas
candidaturas; se continuar permitindo que algumas pessoas pensem pela própria
cabeça; se continuar deixando que os juízes do Supremo Tribunal Federal
concedam habeas-corpus a três por dois; e se continuar permitindo espetáculos
como este, com tudo que a gente já disse e ainda vai dizer – nós vamos acabar
caindo numa democracia!!!

O texto urgente e necessário quando estreou, permanece urgente e necessário, mesmo que os próprios artistas tenham entendido como um texto circunstancial, como declarou Vianinha ao escrever sobre ele, por ser uma propaganda, uma arte feita dentro dos limites e para os novos limites da consciência social. De certa forma, uma aula sobre o mundo que nossos pais viveram e pela conexão passado, presente e futuro, o que vivemos e que as próximas gerações viverão.


Na discussão final desta Declaração (da Independência Americana), foi cortado um item que condenava a escravatura. A questão racial americana nascia com o país!!!



A segregação racial é o fruto do concubinato entre a imoralidade e a
desumanidade!!!

Assim como a peça original, a leitura dramática fez questão de manter o bom humor e astral alto, apesar de temas pesados e difíceis, mas que por isso não podem ser negligenciados, por que a busca pela liberdade é constante e quando não nos resolvemos com o passado, ele pode voltar e de certa forma, estamos vivendo isso hoje, com a esperança que não vivamos isso amanhã, já que a liberdade não é algo natural, dado, mas são conquistas humanas.


Qualquer tentativa de libertação dos negros era castigada com crueldade
inimaginável. Em 1751, regressando de uma expedição contra índios e escravos 
fugidos, Bartolomeu Bueno do Prado voltou trazendo consigo 3.900 pares de
orelhas de negros que destruiu.



O fascismo vai restaurar a saúde de Espanha!

Abaixo a inteligência!

Viva a morte!


O texto interpretado por três atores talentosos, Abaetê Queiroz, André Araújo e Bárbara Gontijo deu ritmo e dinâmica à apresentação, tendo como grande mérito, o espectador sentir o gosto de imaginar como foi a apresentação naquele tempo tão cinza (quanto esse) da nossa História. Assusta como as coisas se repetem, como sábios, poetas, dramaturgos, escritores e artistas foram julgados e como genocidas por um instante foram de forma ignorante, estúpida e conivente exaltados, como a liberdade está sempre na corda bamba ou sendo materializada de forma hipócrita e equivocada.



Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda!!!




 Entre os homens
livres não pode haver escolha entre o voto e as armas. Os que preferirem as
armas acabarão pagando caro. A verdadeira força dos governantes não está em
exércitos ou armadas, mas na crença do povo de que eles são claros, francos,
verdadeiros e legais. Governo que se afasta desse poder não é governo – mas
uma quadrilha no poder!!!

Em relação à parte musical, a leitura teve a opção de substituir algumas músicas incidentais por canções nacionais completas contemporâneas como “O Tempo Não Para”, de Cazuza, e usar inclusive um belo clássico da capoeira, “Rei Zumbi de Palmares” de Mestre Moraes, na voz e violão emocionantes de Abaetê Queiroz.

Fui chamado a cantar e para tanto há um mar de som no búzio de meu canto. Hoje, fui chamado a cantar a liberdade – e se há mais quem cante, cantaremos juntos. 



Todos os seres humanos nascem iguais e livres em dignidade e direitos, sem
distinção de raça, sexo, cor, idioma, religião, opinião política ou de qualquer outra
índole.
Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança de sua pessoa;
Ninguém será submetido à escravidão;
Ninguém será submetido a torturas e a tratos cruéis;
Ninguém poderá ser arbitrariamente preso, detido ou desterrado;
Toda pessoa tem direito a sair de seu país e a regressar
livremente a seu país;
Toda pessoa tem direito à propriedade;
A maternidade e a infância têm direito a cuidados especiais;
A vontade do povo é a base da autoridade do poder
público;
E todos são iguais perante a lei.
(Declaração Universal dos Direitos do Homem)




Vida longa à programação dos Osdramátikos!!!


Viva o Teatro!!!


Ficha técnica: @osdramatikos

Agradecimentos: Luciana Lobato e Guilherme Angelim.



sábado, 29 de janeiro de 2022

Um Lugar de Amor – Grupo Pele – Teatro dos Ventos – Águas Claras/DF

 


    A história de um encontro que acontece de tempos em tempos ou talvez só aconteça uma vez, um eclipse, que se faz e se desfaz, no meio do tempo espaço, vão livre, vão livres, cada um sabendo o que vai deixar ou vai ficar, um momento para viver, apreciar e degustar, efêmero, como tudo é, tudo vai.

    Um Lugar de Amor é um espetáculo original de dança com elementos de acrobacia, delicado, poético e belo que conta a história do encontro da Lua (Catherine Zilá) com o Sol (Carlos Guerreiro), que nunca mais serão os mesmos, mesmo sabendo que assim seria, tirando o equilíbrio, trazendo inquietude, caos, mas também o amor ou paixão, que transcende, aquele que toca e muda, ilumina, mas escurece, pode acalmar, mas pode, como o instinto espera, ser bem mais. 


    A obra tem como base o texto original de Catherine Zilá, ilustrado com desenhos autorais de Carlos Guerreiro e as coreografias de cada cena são realizadas com músicas brasileiras, que combinam com toda a história, prendendo a atenção do público do início ao fim da apresentação. As coreografias de dança contemporânea e acrobacias circenses são muito bem executadas, com bastante leveza e precisão, no solo, em escada e em tecido acrobático, são dois poetas, a Lua e o Sol. 


    Como é importante ver trabalhos autorais bem cuidados e feitos com essência, carinho, vontade e dedicação. A Arte como deve ser: alimento do banquete antropofágico que nunca deve faltar na mesa de qualquer cidadão, a Arte como forma de ganhar a vida e como forma de viver.

 

 Fundado em 2019, o Grupo Pele é formado pelos bailarinos, acrobatas e professores Catherine Zilá e Carlos Guerreiro com enfoque principal na Dança Contemporânea e Acrobacias de Solo e Áreas.

    O Teatro dos Ventos é um espaço cultural localizado no coração de Águas Claras/DF, que é um centro de formação artística com cursos livres, formação de atores, com um teatro de 60 lugares e grupo teatral (saiba mais).

    A pandemia não acabou, mas a Arte, apesar de todas as perseguições que vem sofrendo, segue viva e pulsante, graças aos Artistas e Profissionais da Cultura, que são gigantes, e ao público, que mais do que nunca precisa lutar e exigir que o Teatro continue a existir e resistir. 
   

    O Teatro dos Ventos fica localizado na Rua 19 Norte, Loja 5 do Duo Mall, em Águas Claras. 

    Ingressos: (61) 983606098

   @peledancacirco

    @grupoteatrodosventos     

    Agradecimento: Ferdi (@ferdi.insta)